MEC quer professor no lugar certo


Por: Todos pela Educação

28 de maio de 2009


Brasília - Estudo exploratório sobre o docente brasileiro que será apresentado hoje pelo Ministério da Educação, em Brasília, mostra que a maioria dos professores da rede básica de ensino leciona disciplina de área diferente da sua formação. O Estado de Minas teve acesso à pesquisa, elaborada com base no censo Escolar e que traça um perfil dos mais de 1,8 milhão de profissionais da Educação básica do país. Entre os principais dados do levantamento estão as disciplinas com maior déficit de professores habilitados, o nível de formação da categoria em cada estado e a quantidade média de turnos trabalhados pelos docentes de ensino infantil, fundamental e médio. Em Minas, são 210 mil professores da Educação básica. Nesse universo, o levantamento constata que 34% dos profissionais formados em determinada área atuam em outra, como um professor de história que dá aulas de português.


Os casos mais críticos são de física e química no ensino médio, com 55% e 43%, respectivamente, dos docentes sem habilitação necessária nas salas de aula. No Brasil, chama a atenção o déficit de professores de física (54,6% sem formação específica), artes (44,7%), matemática (40,4%) e química (38,9%).


Outro dado apontado pela pesquisa é o grande número de professores leigos – aqueles que concluíram o ensino fundamental ou médio, mas não têm formação necessária para exercer o magistério. Em todo o Brasil são 119 mil, o equivalente a 6,3% da categoria. Apesar de identificar a idade de 30 anos como a faixa etária média do professor brasileiro, o estudo indica maior amadurecimento dos profissionais em Minas, pois mais de 40% dos professores do estado têm mais de 41 anos. Há também forte predominância de mulheres em salas de aula. No país, elas são 81,9% dos docentes; em Minas, 84,8%.


A pesquisa ainda quebra um mito com relação à sobrecarga de trabalho do professor. De acordo com o MEC, 63,8% dos profissionais no país dão aula em um só turno (manhã, tarde ou noite). Em Minas, esse percentual é maior: chega a 72,9%. No que diz respeito ao número de turmas atendidas por professor, observa-se um ritmo mais pesado de trabalho entre os docentes do ensino médio, em que 32,4% dos profissionais atuam em cinco a oito turmas e 17,4% deles trabalham em mais de nove salas de aula.


FORMAÇÃO


O governo federal anuncia também hoje um pacote de novidades para os professores de todo o país. Durante o evento de lançamento do Plano Nacional de Formação dos professores da Educação Básica, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai assinar dois decretos, um com novas regras de participação no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) para jovens interessados na carreira do magistério e outro com mais exigências para o funcionamento dos cursos de pedagogia.


O presidente lança também uma matriz para a nova prova nacional de contratação de professores, que será aplicada, em sua primeira edição, no primeiro semestre de 2010. Conforme o EM adiantou em abril, a prova única deve substituir os concursos públicos.


Além disso, o MEC vai apresentar ao Congresso um projeto de lei que torna obrigatória a formação de nível superior para todos os professores da Educação básica. O texto prevê um ajuste da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que hoje aceita formação mínima de nível médio para os professores que atuam no ensino fundamental e na Educação infantil. O ministro da Educação, Fernando Haddad, vai anunciar uma verba extra para os estados pagarem o valor integral do piso salarial dos professores de R$ 950.


* A repórter viajou a convite do MEC




Fonte: Jornal O Estado de Minas (MG)

Disponível também em: http://www.grubas.com.br/noticias.asp?codigo=2742 .



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