Programação neurolinguística












Use esta página para fazer o exercício de neurolinguística abaixo:


NÃO PENSE NAS TAREFAS DESAGRADÁVEIS QUE VOCÊ TEM DE FAZER HOJE

(Confesse: a primeira coisa em que você pensou foi na tarefa, não foi?)




A força do pensamento

O que é e para que serve, afinal, a neurolinguística


Por Yuri Vasconcelos


Se você me permite, vou iniciar este texto sobre programação neuro­linguística de uma maneira diferente. Antes de dar qualquer definição, dizer de onde veio e para que serve essa técnica de que tanta gente fala, proponho um exercício de mentalização. É assim: pense em alguém com quem você não se dá bem (como um vizinho ranzinza ou aquele colega de trabalho irritante). Agora, recorde-se da última vez que vocês se desenten­deram. Faça um esforço e assista a essa cena de fora, como se fosse um filme. Note as reações de cada um. Tente perceber que recursos, como tolerância, paciência, confiança ou compreensão, teriam ajudado você a agir diferente naquela ocasião. Digamos que tenha faltado paciência. Tente então se recordar de outro momento em que você teve paciência de sobra. Lembrou? Então reviva esse momento como se ele estivesse acontecendo agora, sentindo a paciência (ou outro recurso que você escolheu) tomar conta de você. Transfira agora essa paciência de Jó para aquele outro você (aquele do filme, encrencado com o vizinho) e tente enxergar qual seria seu comportamento se você estivesse se sentindo assim, paciente, naquela ocasião. Aí vem a última etapa, que é pular para dentro do filme, reviver aquela situação difícil com seu vizinho, mas dessa vez agindo de maneira diferente e procurando sentir as diferenças provocadas em você e no outro por conta de sua mudança de postura. Pronto. Da próxima vez que encontrar essa pessoa, você poderá usar essa nova forma de comporta­mento e, possivelmente, as divergências entre vocês dois vão diminuir. É o que diz a neurolinguística.














AGORA PENSE NO MOMENTO MAIS AGRADÁVEL DO DIA DE HOJE

(E desta vez, você se lembrou da tarefa desagradável? Certamente não)


Os adeptos da programação neurolingúística creditam que, por meio da linguagem, podemos e programar a mente e mudar nosso comportamento



Escolhi começar apresentando uma técnica da programação neurolingiiística (ou simplesmente PNL) porque é difícil explicar, em palavras, do que se trata. É que a PNL é vivencial, quer dizer, é mais fácil entender experimentando. "A PNL não é uma teoria, mas um método em que a pes¬soa primeiro vivência, depois enten¬de", diz a psicóloga e estudiosa de PNL Deborah Epelman. "Ela pode ser vista como uma ferramenta para melhorar a comunicação com as ou¬tras pessoas e consigo mesmo. E co¬mo um caminho para o autoconhecimento e a evolução." Outra defini¬ção comum é dizer que a PNL é uma espécie de software mental, que faz a ligação entre a linguagem e o com¬portamento, entendeu?

Talvez ajude se a gente destrinchar o termo programação neurolingúísti¬ca. "Programação" diz respeito à ca¬pacidade que temos (segundo seus adeptos) de ajustar nosso pensamen¬to para modificar comportamentos (foi o que propusemos no exercício acima). "Neuro" porque, obviamente, tudo que a gente faz é decidido e pro¬cessado no cérebro. Já "linguística" é o centro da teoria da PNL, porque, se¬gundo seus adeptos, é na linguagem que se deve intervir para mudar nos¬sos comportamentos. Por qué? Por¬que é aí, por meio da comunicação, verbal ou não-verbal, que nos relacio¬namos com o mundo, dizem eles. Trocando em miúdos, os adeptos da programação neurolingúística acre¬ditam que, por intermédio da lingua¬gem, podemos reprogramar a mente e modificar nosso comportamento para atingir nossos objetivos.

Como você já deve ter percebido, trata-se de uma técnica muito prag¬mática. Seus criadores, o matemático Richard Bandler e o linguista John Grinder, ambos americanos, come¬çaram procurando comportamentos semelhantes em pessoas considera¬das vencedoras em suas áreas de atuação. Isso foi nos anos 70. "Eles viram que os principais fatores que levavam essas pessoas ao topo eram a capacidade de tomar decisões e, prin¬cipalmente, a habilidade para se co¬municar", afirma Gilberto Cury, pre¬sidente da Sociedade Brasileira de Programação Neurolingúística e um dos pioneiros do método no Brasil. Ou seja, o objetivo maior da técnica é aumentar a eficiência, o que pode ser uma qualidade e um defeito, ao mes¬mo tempo.

Qualidade porque pode ajudar a conquistar o que você quer. Mas, se você não sabe o que quer ou ainda não descobriu onde mora sua felici¬dade (e olha que tem muita gente nessa situação), os frutos da neurolingúística são bem mais modestos. Tudo isso para dizer o óbvio e evitar enganos: a neurolingúística não é um mapa da felicidade, não é a receita mágica para a auto-realização. Ela é, sim, uma ferramenta para alcançar objetivos claros. "A neurolingúística oferece às pessoas um conjunto de ferramentas para usar melhor o cére¬bro e atingir os resultados que ela de¬seja, seja no campo profissional, seja no familiar ou no afetivo", diz Mirella de Castro, presidente do Instituto Latino-Americano de Programação Neurolingúística, de São Paulo. A estu¬dante Mairana Azevedo Crispin, de São Paulo, valeu-se dos ensinamen¬tos da PNL para conseguir passar no vestibular. "Estudava bastante, mas na hora do exame eu ficava nervosa e não me saía bem. Os exercícios de PNL me ajudaram a controlar a an¬siedade e organizar meus pensamen¬tos", diz ela, que atualmente cursa medicina na Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.



Pense afirmativamente


Um dos exercícios mais impor¬tantes é pensar afirmativamente. Nesse processo, é fundamental fazer o uso correto da linguagem. Vamos, então, fazer outro exercício para tor¬nar mais claro esse conceito. Leia as duas frases abaixo:

"Não pense em um avião cheio de macacos".

"Pense em um avião cheio de macacos".

Agora responda: ao final de cada uma, em que você pensou? Num avião cheio de macacos, certo? Mas por que, se na primeira frase a tarefa era justamente não pensar nele? Segundo a PNL, nossa psique está to¬talmente voltada para o positivo. Assim, quando damos comandos ne¬gativos a uma pessoa, estamos nos comunicando sem eficiência, diz ela. Quando dizemos a alguém "não se esqueça de trazer meu celular, que eu deixei na sua casa", e a pessoa esque¬ce, ela não foi desobediente. Para a PNL, você é que se comunicou de forma inadequada. No exercício acima, se eu quisesse que você não pen¬sasse em um avião cheio de macacos, deveria ter dito "pense em um avião cheio de elefantes" (ou cheio de qual¬quer outra coisa, menos macacos). Da mesma forma, haveria muito mais chances de o celular voltar à minha mão se eu dissesse: "Lembre-se de trazer meu celular".




Fale positivamente


Para a PNLl, a maneira correta de se comunicar e atingir os objetivos propostos é dizer o que queremos, ao invés do que não queremos. Por isso...


EM VEZ DE / DIZER DIGA


Não pense em ............................................................ Pense em

Não esqueça de ................................................... Lembre-se de

Não quero me atrasar ...............................uero chegar no horário

Se beber álcool, não dirija ........... Se beber álcool, chame um táxi

Não entre em pânico ................................................ Fique calmo

Nunca feche o cruzamento ..................... Deixe o cruzamento livre

Não quero engordar .......................................... Quero emagrecer

Não quero perder tempo ............. Quero aproveitar bem o tempo





Nossa psique está totalmente voltada para o positivo, acredita a neurolinguística. Por isso o cuidado que o método tem com a palavra "não"



Para a PNL, a palavra "não" é peri¬gosa e importante. Ela tem que ser bem administrada e está sujeita a re¬gras. No lugar de "não se esqueça de", diga "lembre-se de". Em vez de "não entre em pânico", prefira "fique cal¬mo". E, no lugar de "não quero engor¬dar", mentalize "quero emagrecer". 0 poder está nas palavras, dizem os neurolingúistas. "Ao invés de dizer o que não quer, diga o que você sim quer", afirma Gilberto Cury. Pensar de maneira positiva, diz ele, melhora nossa performance e faz com que alcancemos nossos objetivos mais fa¬cilmente. Mas atenção: não basta falar positivo se, internamente, estamos sentindo outra coisa. Não adianta, por exemplo, ir a uma entrevista de emprego dizendo para si mesmo que vai dar tudo certo, se, lá dentro, você está consumido pela insegurança. "Essa é a diferença entre a PNL e a auto-ajuda. Não é simplesmente pen¬sar positivo. Ela oferece as ferramen¬tas para que a gente modifique o que sentimos e, a partir daí, os nossos comportamentos", afirma Deborah. Lembra do exemplo do vizinho ranhe-ta? O foco do exercício era a emoção. Veja o caso da advogada paulista Renata Gomes dos Santos, que tinha fobia de dirigir. Era pegar no volante de um carro que ela achava que ia desmaiar. "Tratei-me com um psi¬quiatra e tomei antidepressivos, mas não deu resultado. Com a ajuda de uma terapia baseada nos pressupos¬tos da PNL, consegui entrar em con-tato com meu inconsciente e desco¬brir os mecanismos que faziam com que eu tivesse medo de dirigir", diz ela, que hoje diz enfrentar até a hora do rush em São Paulo.

Se você se interessou pelos possíveis benefícios da PNL, é preciso alertá-lo: a PNL não é considerada oficialmente uma ciência. Assim, a formação e o exercício de seus profissionais não es¬tão sujeitos à fiscalização de um órgão regulador. Para não entrar numa fria e buscar informações com uma pes¬soa despreparada (como ocorre com todas as atividades, na PNL também existem os bons e os maus profissio¬nais), informe-se sobre o currículo do profissional - onde se formou, quantos cursos já deu etc. - e peça para ver seu diploma de master ou practioner — esses títulos, conferidos pela escola em que ele fez o curso, são essenciais para o exercício da prática profissional. Além disso, prefira os profissionais de PNL cujos cursos básicos de formação tenham, no mínimo, 90 horas de duração. Em menos tempo do que isso, ele dificil¬mente passará os conceitos e trans¬mitirá informações de forma que você possa usar a PNL com bons resultados em sua vida.




PARA SABER MAIS


Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística - www.pnl.com.br. (11)3168-6888


Programação em Autoconhecimento e Comunicação (PAHC) - www.pac.com.br . (11)3824-0068


Instituto Latino-Americano de Programação Neurolinguística - www.pnlbrasil.com.br . ILAPNL. (11)3062-6697



Livros:


Introdução à Programação Neurolinguística, Joseph O'Connor e John Seymour, Summus, 1995


Mude Sua Vida com PNL, Deborah Epelman, LPI Produções, 2001


Manual de Programação Neurolinguística, Joseph 0'Connor, Quality, 2003




VASCONCELOS, Yuri. “A força do pensamento”. In: Revista Vida Simples. Janeiro, 2005, Ed. 24, PP. 34-39.



 
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